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A cientista Jeannie Ferrami estuda gémeos e avalia através destes de que forma a tendência para a violência e agressão pode nascer com o indivíduo e depender da sua herança genética ou depender do meio onde são criados. Para isso, procura gémeos univitelinos (os comummente chamados de gémeos verdadeiros), mais particularmente gémeos separados à nascença.
Durante a sua investigação, depara-se com um caso singular: dois homens aparentemente gémeos univitelinos e perfeitos para a sua investigação, já que um deles se encontra preso e outro a estudar direito na universidade, são filhos de mães diferentes e nasceram em dias e hospitais diferentes.
Será apenas um simples caso de adoção em que os pais optaram por não contar ao filho ou estará ela prestes a descobrir algo muito mais grandioso?
Este foi o meu primeiro contacto com o autor e fiquei bastante contente por conhecê-lo e por ler este livro. A sua escrita cativante e fluída, porém simples, prendeu-me desde as primeiras páginas. Quero certamente ler mais livros de Ken Follett.
São retratados vários temas ao longo do livro, cada um com a sua porção de importância para a história, que tornam a leitura muito interessante. Alzhaimer e a sua repercussão na família do doente, assédio sexual e violação, preconceito racial e social, eugenia ou corrupção no meio académico são alguns deles. O tema mais interessante e importante para a história só é referido mais perto do final, pelo que não o vou revelar para não estragar a leitura a ninguém, mas asseguro que vale a pena.
Há ainda lugar para o romance, a nossa protagonista acaba por se apaixonar por um dos gémeos inscritos para a sua investigação, no entanto esta relação é interessante de analisar e não estraga em nada o livro.
As personagens são muito bem construídas, com problemas de vida reais que formam pequenas histórias paralelas à trama principal.
Aviso-vos, não guardem as emoções para o fim, o final não é de todo a parte mais emocionante do livro nem está muito trabalhado, ou talvez esta opinião se deva ao facto de todo o livro ser igualmente bom.
A escolha do título é interessante, quem leu vai perceber, quem não leu não pode deixar de descobrir. É um livro que recomendo vivamente.
Título: Beleza Assassina
Autor: Chelsea Cain
Editora: Porto Editora
1ª Edição: 2009
Nº de Páginas: 360
Sinopse: “Após dez anos no encalço de Gretchen Lowell, o detective Archie Sheridan é raptado e torturado durante dez dias pela lindíssima serial killer. Mas, no final, ela decide, misteriosamente, libertá-lo e entregar-se às autoridades.
Gretchen é condenada a prisão perpétua, enquanto Archie é condenado a outro tipo de prisão: viciado em vários medicamentos, não é capaz de regressar à sua antiga vida e não consegue esquecer aqueles dez dias de tortura... nem Gretchen.
Quando outro assassino começa a raptar e assassinar raparigas adolescentes de Portland, Archie é convidado a voltar ao activo e a liderar a equipa que vai investigar os crimes recentes.
A nova investigação dará início a um jogo mortal entre Archie, o novo assassino e... Gretchen Lowell.”
Opinião: Tal como diz na capa, é sem dúvida "um thriller arrepiante" com várias passagens capazes de impressionar os leitores mais sensíveis, e que nos fazem pensar se há algum limite para a obscuridade da mente humana.
Archie é o detetive que investigou, há dois anos atrás, o caso apelidado de "Beleza Assassina". Durante a sua investigação, este é raptado e torturado por Gretchen, uma assassina fria e calculista que, durante dez dias, utiliza as técnicas mais violentas e humilhantes imagináveis, com o objetivo de no final e depois de muito tormento o matar. No entanto, ela acaba por decidir salvar-lhe a vida e entregar-se às autoridades.
Gretchen é a melhor personagem do livro. Uma mulher muito atraente e muito perigosa, com tudo o que é preciso para a sua personagem. É fria, cruel e sádica. Consegue levar as suas vítimas a ultrapassar todos os limites só para a agradar.
Archie também nos fascina com a sua luta e com os seus vícios. Muito perspicaz, vive no entanto numa prisão psicológica, entre a vida antes e depois de Gretchen.
A relação entre estes dois personagens é o que nos agarra ao livro do princípio ao fim. Entre Archie e Gretchen desenvolve-se uma relação perturbada e doentia, de cumplicidade e dependência submissa.
O livro desenvolve-se em duas fases: por um lado temos o caso de um raptor, assassino e violador, que aterroriza atualmente a cidade. Este, na minha opinião, com um enredo muito mais frágil, sem qualquer termo de comparação com a relação que descrevi anteriormente.
Por outro lado, vamos tendo uma visão do que aconteceu há dois anos atrás, através de flash-backs que nos vão desvendando a complexa relação entre Archie e Gretchen.
Gostei do livro, um bom policial, mas que no final deixa várias coisas em aberto. Chelsea Cain já escreveu sequelas deste livro, mas (penso eu) nenhuma delas foi editada em Portugal.
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