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A Gorda | Isabela Figueiredo

por Daniela, em 30.03.18

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A Gorda é o primeiro romance de Isabel Figueiredo. Ganhou em 2017, com este livro, o Prémio Literário Urbano Tavares Rodrigues.

 

Nascida em Lourenço Marques, Moçambique, atual Maputo, rumou a Portugal aquando da independência do seu país, em 1975, integrando o grupo de retornados do país. É professora de Português.

 

Disse nesta entrevista que fez uma gastrectomia há alguns anos. Que vestia o 54 e só conseguia encontrar roupa que lhe servisse na C&A. Teve um namorado que acabou a relação porque o seu "aspeto não era adequado". Teve um amor fortíssimo que a rejeitou devido à aparência, deixando-a psicologicamente afetada.

 

Neste livro, a autora começa por nos dizer que "Todas as personagens, geografias e situações descritas nesta narrativa são mera ficção e pura realidade".

 

Poderemos assumir que se trata de um livro autobiográfico?

 

Deparamo-nos com três excertos antes de começar a narrativa. As vozes de Mary Shelley, Javier Cercas e Henry David Thoreau trazem-nos frases de solidão e falta de amor.

 

Conhecemos Maria Luísa. Vive na Cova da Piedade, em Almada. Filha de pais retornados. Estuda Letras e Filosofia e apaixona-se loucamente. Maria Luísa é a gorda, mas é também uma mulher feita de fibra.

 

Este livro reflete os sentimentos e frustrações de uma mulher que não quer saber o que pensam da comida, quer é comer. Reflete a sociedade onde vivemos, que coloca as pessoas por categorias e as rotula.

 

A temática é pesada e contada do ponto de vista de quem sofre com ela, tornando o livro um tanto ou quanto depressivo. A escrita é simples e sem meias medidas.

 

Gostava que a personagem principal estivesse melhor construída. Algumas falhas não me deixaram compreendê-la completamente. Queria saber mais sobre ela, entender o motivo de certas decisões.

 

Talvez seja mesmo a história de Isabela Figueiredo ou talvez não. É certamente a história de muitas mulheres. Infelizmente. Continuará a ser, enquanto existirem pessoas que não aceitam os outros como são, que os excluem e lhes põem um rótulo na testa.

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Paris é uma Festa, de Ernest Hemingway

por Daniela, em 07.04.17

“Se, na juventude, você teve a sorte de viver na cidade de Paris, ela o acompanhará sempre até ao fim da sua vida, vá você para onde for, porque Paris é uma festa móvel.”

 

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Surgido 3 anos após a morte do autor, Paris é uma Festa é um romance autobiográfico que retrata as memórias parisienses do escritor Ernest Hemingway quando decidido a deixar a jornalismo se dedicou a uma carreira de escritor, numa altura que considera ter sido a melhor da sua vida. 

O livro leva-nos até às muitas ruas de Paris dos anos 20, uma cidade no seu ponto máximo literário onde encontramos pessoas da época como Gertrude Stein, Ezra Pround, James Joyce ou F. Scott Fitzgerald. Passeamos com o autor por cafés e chegamos à livraria de Sylvia Beach, Shakespeare and Company, onde se encontravam os principais escritores da altura.

Hemingway não nos apresenta Paris como a icónica cidade romântica, mas como uma cidade igual a tantas outras, com os seus recantos bonitos e as pessoas que a compõem, tornando-a num palco de inspiração e numa "festa" ou seja, um divertimento para todos os que têm a sorte de a frequentar.

Em suma, Paris é uma Festa mostra-nos uma história de memórias, que poderemos considerar reais ou fictícias como o autor nos diz numa nota logo nas primeiras páginas.

Para quem gosta de livros do género será com certeza uma ótima leitura, outros podem não a achar nada de especial ou nem a conseguir terminar, eu terminei e, não adorando, gostei.

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