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5 Contos | Projeto Grimm

por Daniela, em 29.12.17

Os primeiros cinco contos já foram lidos. Gostei mais de uns do que de outros, alguns têm finais felizes e outros têm finais tristes, mas todos têm uma certa dose de magia. No final de cada conto, existem notas que enumeram as alterações que cada um foi sofrendo e as variações de cada tradução.

 

O Rei dos Sapos, ou Henrique-de-Ferro

Conta a história de uma princesa mimada que brincava perto de um rio atirando uma bola de ouro ao ar. Um dia a bola cai na água e afunda-se, o que deixa a princesa muito triste. Aparece um sapo que se oferece para a ir buscar em troca de uma série de favores.

 

Neste caso, e ao contrário do que estamos habituados, não é necessário praticar apenas boas ações para atingir o tão famoso "e viveram felizes para sempre".

 

A União do Gato e do Rato

Fala-nos de um gato e de um rato que decidiram viver juntos. Para se precaverem contra o inverno, arranjam um pote de banha que escondem na igreja para utilizarem quando acabarem as restantes provisões. No entanto, nem tudo corre como planeado.

 

Talvez existam animais que não nasceram para se relacionar. Nas notas do final do conto, ficamos a saber que existem variações das personagens deste, como por exemplo a raposa e o galo, entre outros.

 

A Filha de Maria

Traz-nos a história de uma menina que nasceu no seio de uma família pobre. Um dia, para ajudar esta família, a Virgem Maria desce do céu e oferece-se para tomar conta da menina. Lá em cima, a criança depara-se com várias portas e é prevenida de que existe uma que não pode abrir em situação alguma.

 

Figurativamente, "a curiosidade matou o gato" aplica-se. Afinal, quando dizemos às crianças para não fazerem alguma coisa, já se sabe o que elas fazem. Fala também de pecado e de como quem mente é castigado e quem se arrepende pode ser perdoado.

 

Conto do Rapaz que Fugiu para Aprender a Ter Medo

Este conto traz-nos a história do conhecido João Sem-Medo. Eu confesso que já tinha ouvido falar da personagem, mas não conhecia a sua história.

 

João é um rapaz que não sabe o que é ter medo. Ao longo do conto são-lhe apresentados vários testes de coragem com o intuito de lho causar.

 

O conto tem várias versões e estes testes de coragem também podem variar consoante as traduções.

 

O Lobo e os Sete Cabritinhos

Sete cabritinhos ficam sozinhos em casa enquanto a velha cabra sai para a floresta à procura de comida. Antes de sair, avisa os cabritinhos para terem cuidado com o lobo e ensina-lhes algumas formas de o reconhecer caso ele se tente disfarçar.

 

Este já conhecia superficialmente. Fala da aflição maternal perante o perigo que ameaça os filhos e de como uma mãe sempre fará tudo para os proteger. 

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Pontuação: 4*

 

Este é o livro referido no último volume da saga Harry Potter, como uma herança de Dumbledore para Hermione, e traz-nos as histórias infantis criadas para feiticeiros, em muito semelhantes aos nossos tradicionais contos de fadas.

Beedle leva-nos de volta ao mundo de magia de Harry Potter através de cinco pequenos contos, conhecidos por todos os pequenos feiticeiros de Hogwarts, e agora acessíveis a todos os Muggles uma vez que contêm notas explicativas da autora.

No final de cada conto, podemos ainda ler as ideias e os comentários do próprio Dumbledore, que ocupam aproximadamente metade do livro e foram encontradas após a sua morte, que nos chamam a atenção para detalhes dos contos, como é exemplo a completa exclusão dos Muggles ou apenas o seu papel como vilões. Tal como nos nossos tradicionais contos de fadas, ainda que este livro reúna os contos originais, estes foram também sendo mudados ao longo do tempo, de forma a se tornarem mais adequados para as crianças.

Cada uma destas histórias traz consigo uma lição de moral em que, tal como nos contos de fadas que já conhecemos, a virtude é por norma premiada e o mal é castigado”. Ao contrário do que se poderia pensar, a magia não é assim tão poderosa, sendo os valores dos personagens aquilo que prevalece e ganha. 

Um exemplo é o conto que aparece no último livro, e também no filme, da saga Harry Potter. N' "O Contos dos Três Irmãos", o irmão mais novo ao encontrar-se frente a frente com a Morte, não tenta enganá-la nem humilhá-la, apenas pede algo que o tire dali sem ser perseguido por ela. Este é o único dos irmãos com um final feliz, que ao contrário dos outros dois,  "acolheu a Morte como uma velha amiga, e foi com ela satisfeito e, como iguais, abandonaram esta vida".

Várias são as questões trazidas pelos contos, entre elas o amor, a tolerância e a morte, mostrando sempre que a magia não resolve todos os problemas e uma das suas limitações é não ser possível restituir a vida.

 

É um bom livro, que se lê num instante e que aconselho, principalmente mas não só, aos fãs de Harry Potter.

 

Deixo aqui o último conto do livro, e o único que aparece totalmente descrito no filme:

 

 

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Danças e Contradanças - Joanne Harris

por Daniela, em 24.03.16

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Título: Danças & Contradanças

Autor: Joanne Harris

Editora: Edições ASA

1ª Edição: 2004

Nº de Páginas: 224

 

 

 

Sinopse: As sarcásticas histórias de Danças & Contradanças podem ser resumidas em duas palavras: malévolas e maliciosas. Como em muitos dos seus romances, Joanne Harris consegue combinar de uma forma única situações e personagens comuns - e até banais - com o extraordinário e o inesperado. Mais do que nunca, a autora dá largas à sua imaginação e apresenta-nos uma exuberante e prodigiosa caixa de Pandora que contém tudo quanto é extravagante, estranho misterioso e perverso. De bruxas suburbanas a velhinhas provocadoras, monstros envelhecidos, vencedores da lotaria suicidas, lobisomens, mulheres-golfinho e fabricantes de adereços eróticos, estas são vinte e duas histórias onde o fantástico anda de mãos dadas com o mundano, o amargo com o doce, e onde o belo, o grotesco, o sedutor e o perturbador estão sempre a um passo de distância.Escolham o vosso par, por favor. Danças & Contradanças é o primeiro livro de contos de Joanne Harris, que, com a mestria a que já nos habituou, consegue deliciar, surpreender, entreter e horrorizar em igual medida. Suficientemente longas para aguçar o apetite, e breves a ponto de serem lidas num piscar de olhos, estas são histórias maliciosas, divertidas, por vezes provocadoras, mas sempre pessoais e capazes de revelar uma faceta de Joanne Harris até agora desconhecida dos seus leitores.

 

Opinião: Já li este livro no ano passado. Tinha aqui a crítica inacabada em rascunho desde então. É um daqueles posts que ficam por aqui há espera de ser acabados e publicados, o tempo vai passando e eles continuam perdidos por aqui.

Segundo a autora, este é o livro onde revela mais de si, dos seus desejos e das pessoas que foi conhecendo ao longo do tempo. A sua obra mais pessoal.

É um livro interessante, com pequenas histórias para todos os gostos, onde são retratados os mais variados temas.

Gostei imenso logo da primeira história "Fé e Esperança vão às compras" que retrata o envelhecimento físico, acabando por nos mostrar que existe sempre uma criança dentro de nós. A nossa vaidade, a nossa esperança, a nossa necessidade de coisas novas, nunca nos abandona.

Outro conto interessante, chamado "A Irmã Feia", é contado do ponto de vista de uma das irmãs da Cinderela, não tão coerente com o que costumamos ouvir. A irmã feia é constantemente escondida na sombra da irmã esbelta e perfeita, tornando-se numa menina incompreendida, ao contrário da menina má a que nos habituaram.

"A Menina Presunçosa era rosada, esbelta, de estatura perfeita. Qualquer pessoa tê-la-ia odiado... para uma irmã feia nunca há um Para Sempre. Nunca ninguém pensou em escrever um, como é de calcular. Estavam todos demasiado ocupados a desfalecer perante Sua Alteza Presumida e os seus pezinhos perfeitos."

O livro está repleto de críticas escondidas à sociedade, aos diversos paradigmas que existem, e também às características mais desfavoráveis do ser humano.

É um bom livro, seja para descontrair ou seja para pensar.

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Título: Histórias com 100 palavras

Autor: Filipe Piteira

Editora: Chiado Editora

1ª Edição: 2015

Nº de Páginas: 102

 

 

 

 

"Só o número de palavras é limitado,

tudo o resto é infinito"

 

Sinopse: Histórias sobre o Homem comum que levam o leitor por si próprio ao exercício da reflexão e da representação visual, proporcionando um imaginário que a cada um somente pertence.

 

Opinião: Um livrinho pequeno, que se lê num instante, com 48 diferentes histórias, cada uma com aproximadamente 100 palavras. Achei a ideia deste livro bastante engraçada, recebi-o a partir da parceria do blog com a Chiado Editora. É um livro com uma escrita clara e simples que aglomera contos da vida quotidiana e de realidades comuns ou, quem sabe, algumas memórias e dedicatórias.

Cada história é diferente da anterior, havendo espaço para bastantes temas. Existem histórias de amor, histórias divertidas, de solidão, de lúxuria ou simplesmente histórias em forma de desabafo.

 

Deixo-vos aqui duas das pequenas histórias deste livro:

 

"TRANSCENDÊNCIA

Os dois caminham de mão dada em direção à luz, na ingenuidade de uma vida levada por pequenas coisas singulares, simples e singelas. Neste percurso ambos procuram o sexto sentido que é o culminar de uma série de obstáculos sonoros e visuais com que se deparam e de texturas que se apalpam e que aos poucos numa luta por cada um se transformarão num só. Eles entreolham-se exaustos e percebem que foram absorvidos por algo belo, romântico e sedutor, o suficiente para que sintam que ali, lado a lado, que podem por fim, se entregar um ao outro e partir."

 

"BASEADO NUMA HISTÓRIA VERÍDICA

Apesar do ambiente sujo e do odor mofento, ele sentia-se bem naquela mesa de bar. Conhecia cada um dis homens hostis que por ali entravam e saiam numa correria doida por deleito. O castanho-escuro daquela mesa de madeira decadente já estava usado e gasto pelos anos e queimado pela luz, pelos bafos e cinzas de cigarro. Em frente estava uma estante húmida com livros encardidos que ninguém tocara mais por tenência. Ele não se incomodava, até conhecia de cor as manchas de bolor que permaneciam e as novas que se multiplicavam no teto, assim como as rugas da sua vida"

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