Saltar para: Post [1], Pesquisa e Arquivos [2]
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
"But in spite of the ideology that split us into factions, we'd all come together one day of the year to celebrate: April 20, the birthday of Adolf Hitler."
(Mas apesar das ideologias que nos separaram, todos nos reuníamos um dia por ano para celebrar: 20 de Abril, o aniversário de Adolf Hitler.)
Li este livro no mês de Setembro, para mais uma etapa do projeto Um ano com a Jodi. Esta foi também a minha primeira leitura em inglês e correu muito bem.
Este livro traz-nos a história de Ruth, mãe de Edison e viúva de um homem que morreu na guerra; uma enfermeira obstetra com mais de 20 anos de experiência a trabalhar num hospital de Connecticut. Tudo corre bem, até ao dia em que o bebé de Brit e Turk nasce e Ruth tem a tarefa de tratar dele. Depois de algum tempo em que Ruth sente o ambiente pesado do quarto enquanto trata do pequeno Davis, Turk pede-lhe que chame a sua supervisora e não a deixa tocar mais no filho.
Brit e Turk são dois supremacistas e acreditam que os brancos são superiores às pessoas de qualquer outra origem racial. Pertencem a um grupo de pessoas que se juntam para promover o poder dos brancos.
"We turned toward each other. I looked her in the eye, unwavering, as we recited the Fourteen Words, the mantra David Lane created when he was running the Order: We must secure the existence of our people and a future for White children."
(Virámo-nos um para o outro. Eu olhei-a nos olhos, inabalável, enquanto recitavamos as Quatorze Palavras, o mantra que David Lane criou quando liderava a Ordem: devemos garantir a existência do nosso povo e um futuro para as crianças Brancas.)
Ruth é afro-americana e acaba por ser impedida de tocar naquele bebé, de fazer o seu trabalho e a sua função, num ato de racismo imenso, sem que ninguém pertencente à casa onde trabalha há mais de duas décadas a defenda ou apoie.
É um livro muito bem escrito que retrata várias formas de racismo, focando também muito pormenorizadamente o racismo passivo, o aceitar, o assistir e o não fazer nada. Prende logo desde as primeiras páginas, com personagens cheias de camadas e muito bem construídas.
Cada capítulo é narrado segundo o ponto de vista de cada uma de três personagens: Ruth, a nossa protagonista afro-americana; Turk, o nosso pai supremacista branco; e Kennedy, uma advogada que segue uma vida normal, e representa grande percentagem da população branca, não se considerando racista.
O final é muito coerente, sem dramatismos, nada do que esperava vindo da Jodi. Foi melhor assim.
Um livro muito bom que nos mostra que, mesmo sem o percebermos, todos nós temos comportamentos perconceituosos em certas alturas. Recomendo.
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.