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Até onde vai o amor?

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Prometo Amar-te é a história verídica de Kim & Krisxan Carpenter, que se conheceram, apaixonaram-se e casaram no espaço de um ano. A vida perfeita e feliz que levam torna-se num pesadelo quando, a caminho de casa dos pais de Krickitt, a alcunha de Krisxan, têm um acidente de viação que a deixa com graves lesões cerebrais e com muito pouca esperança de recuperação. 

Krickitt acorda do coma com perda da memória recente, sem sequer reconhecer o homem que dizem ser o seu marido mas, contrariando todos os médicos, começa a melhorar. Kim luta com todas as forças que tem pelo amor da vida dele, sempre contando com a ajuda a Deus.

Toda a história é contada de uma forma clara e muito direta, conseguimos ter consciência das maiores dificuldades do casal, mas acredito que tenha sido muito mais difícil do que o que é transmitido.

Kim ama Krickett, nunca desiste,e apesar de esta o afastar constantemente luta imenso para voltar à felicidade que ambos partilhavam antes. A esperança, fé e força estiveram sempre presentes no livro e ajudaram o casal nos seus piores momentos. 

Tive pena de não haver capítulos escritos pela Krisxan, seria uma mais valia saber o que ela sentiu e o que pensou durante a sua recuperação narrado pela própria. Também não sabemos ao certo o que a fez voltar a apaixonar-se e decidir ficar com Kim, e era interessante ter algumas respostas neste aspeto. Apenas por este aspeto, a minha pontuação baixou um pouco.

 

Pontuação: 3*

 

Recentemente deparei-me com o filme inspirado neste livro a passar na TV, as diferenças são imensas mas vale de facto a pena ver, depois de ler o livro.

Em baixo, deixo uma fotografia dos protagonistas do filme com o casal real Kim & Krickitt da vida real, que voltaram a ser felizes juntos, sem que ela nunca tenha recuperado a sua memória.

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O Monte dos Vendavais, de Emily Brontë

por Daniela, em 10.06.16

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Li este livro para o Clube dos Clássicos Vivos, em Abril. Apesar de ser um livro que muitas opiniões divide, foi para mim uma experiência maravilhosa. É uma viagem espantosa aos recantos da mente humana, cada personagem é caracterizada de uma forma deliciosamente detestável. Não é um romance como os que normalmente se veêm, em que tudo corre bem e acaba bem. É uma história que junta o amor, a vida e personalidades que existem na realidade. Personalidades e comportamentos humanos, espantosamente bem construídas e fiéis a si mesmas, personagens odiáveis pelo simples facto de representarem características reais que se veêm a cada esquina.

Temos Catherine e Heathcliff, dois personagens mesquinhos e egoístas. Heathcliff representa em simultâneo o amor e o ódio, é rancoroso e completamente dominado pelas suas emoções, paixões e sentimentos, o mais instintivo dos personagens. Catherine é simplesmente egoísta, pensa muito na felicidade própria e no interesse próprio, sem se preocupar com aqueles que a rodeiam.

No extremo oposto temos Edgar Linton, o que mais se aproxima daquilo que vemos como o homem comum, o politicamente correto.

Hareton é filho de Hindley (irmão de Catherine e inimigo de Heathcliff) e é completamente o contrário de todas as outras personagens. Ao contrário de todos os outros não é vil nem mesquinho, é humilde e não é tão orgulhoso ao ponto de guardar rancores.

O livro em si fala de vingança, a vingança de Heathcliff para com aqueles que o desprezaram e destruíram. A história é contada por Ellen Dean, a governanta do Monte dos Vendavais, vinte anos depois dos acontecimentos terem lugar, abarcando em simultâneo as duas gerações da história. 

Emily Brontë, na sua espantosa escrita, conseguiu explorar o lado mais negro da natureza humana, e representar as maiores angústias, medos e falhas do ser humano. É um livro que nos mostra que todas as nossas ações têm consequências, quer na nossa própria vida, quer na vida dos nossos filhos ou ainda na vida de terceiros. Heathcliff e Catherine são detestáveis, mas é tão espetacular terem sido os escolhidos para as personagens principais!

 

Pontuação: 5*

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Lolita, de Vladimir Nabokov

por Daniela, em 18.05.16

"Pela manhã, um metro e trinta e dois a espichar dos soquetes, era Lo, apenas Lo. De calças práticas era Lola. Na escola, era Dolly. Era Dolores na linha pontilhada onde assinava o nome. Mas nos meus braços era sempre Lolita."

 

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Lolita, um clássico, muito polémico, que nos traz o romance entre Humbert Humbert, um professor europeu, e Dolores Haze, uma menina de 12 anos.

O livro é dividido em duas partes.

A primeira parte foca-se inicialmente na história de Humbert e no que se passou com ele até conhecer Lolita. Ainda na primeira parte, ele conhece e apaixona-se por Dolores ao ir viver como inquilino para a casa da mãe desta, uma mulher que só pensa no seu próprio bem e nos seus sentimentos, preocupando-se muito pouco com a filha. Entretanto, o romance entre eles começa e vai evoluindo devagar, até que Lolita vai para um acampamento do colégio e Humbert é obrigado a ficar afastado da pequena.

Na segunda parte as coisas mudam totalmente. Humbert passa a estar com Lolita a tempo inteiro e a relação deles vai-se revelando cada vez mais.

É de ressaltar a escrita do autor, a forma incrível como as palavras se juntam e como ele consegue transmitir-nos exatamente o que pretende. Nabokov destaca-se principalmente pela sua audácia ao falar de um assunto tão polémico, sem que isso se torne desconfortável.

Pedófilia ou amor? A grande questão deste livro, que tantas opiniões divide. A narrativa de Nabokov consegue sempre dar um toque diferente às coisas, no entanto, existem várias partes do livro fortes e dificeis de digerir. A interação entre os dois protagonistas é o ponto focal da história e também o que nos agarra mais ao livro - ou talvez o contrário.

Humbert, se é por um lado um completo pedófilo pervertido, por outro ama Lolita e não procura apenas prazer nela. Dolores, apesar de ser uma menina, sabe bem que tem Humbert na mão e aproveita-se um pouco disso.

Só com a leitura deste grande livro se consegue ter uma noção de todos os pontos de vista.

 

Pontuação: 4*

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O Zahír - Paulo Coelho

por Daniela, em 17.11.15

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Título: O Zahír

Autor: Paulo Coelho

Editora: Pergaminho

1ª Edição: 2011

Nº de Páginas: 320

 

 

 

  

"O Zahir é algo que, uma vez tocado ou visto, nunca é esquecido – e vai ocupando o nosso pensamento até nos levar à loucura. O meu Zahir tem um nome, e o seu nome é Esther."

 

Sinopse: "O Zahir" conta a história de um escritor de sucesso com uma vida confortável e um casamento estável; um homem satisfeito. Até que, sem qualquer motivo ou explicação, Esther, a sua mulher, desaparece. Este acontecimento inexplicável leva-o a repensar toda a sua vida e tudo aquilo a que dava valor. Pouco a pouco, a sua necessidade de compreender o sucedido transforma-se numa obsessão. Uma obsessão que o leva a partir numa viagem para se reencontrar com Esther... E consigo próprio. O seu estilo fluido e cativante faz de "O Zahir", uma das obras mais reveladoras de Paulo Coelho, uma reflexão autêntica e ponderada acerca do amor, da liberdade e do destino.

 

Opinião: Este é um livro narrado na primeira pessoa. O nome do protagonista nunca nos é revelado, o que leva muitos a crer que é o próprio Paulo Coelho. É o segundo livro que leio deste autor, e gosto, apesar de não me fascinarem completamente. Várias pessoas afirmam que o Paulo Coelho escreve sempre sobre a mesma coisa, que os seus livros são um conjunto de obras autobiográficas, eu não posso confirmar nem desmentir.

Este livro conta a história de um escritor de sucesso que procura a sua esposa, Esther, após esta ter desaparecido sem qualquer aviso prévio. Esther torna-se então no seu Zahír, não só algo que não lhe sái da cabeça, mas a sua obsessão.

Ao longo da leitura, deparamo-nos com várias passagens interessantes sobre a vida e sobre o amor. A importância de atingir objetivos e a força do amor que nos move.

O final é feliz e emocionante. Depois da sua longa viagem, cheia de trilhos e de retrocessos, de acidentes e pensamentos, ele torna-se no melhor de si.

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Frágil - Jodi Picoult

por Daniela, em 07.11.15

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Título: Frágil

Autor: Jodi Picoult

Editora: Civilização Editora

1ª Edição: 2009

Nº de Páginas: 498

 

 

 

 

 

 

Sinopse: Willow, a linda, muito desejada e adorada filha de Charlotte O’Keefe, nasceu com osteogénese imperfeita - uma forma grave de fragilidade óssea. Se escorregar e cair pode partir as duas pernas, e passar seis meses enfiada num colete de gesso. Depois de vários anos a tratar de Willow, a família enfrenta graves problemas financeiros. É então que é sugerida a Charlotte uma solução. Ela pode processar a obstetra por negligência - por não ter diagnosticado a doença de Willow numa fase inicial da gravidez, quando ainda fosse possível abortar. A indemnização poderia assegurar o futuro de Willow. Mas isso implica que Charlotte tem de processar a sua melhor amiga. E declarar perante o tribunal que preferia que Willow não tivesse nascido...

 

Opinião: O primeiro livro que li desta autora. Foca um tema sensível, uma doença rara e que pouca gente conhece: Osteogénese Imperfeita, ou a Doença dos Ossos de Vidro. É um livro onde muito facilmente os sentimentos se misturam, são tantos que não os compreendemos bem.

Não conhecia em pormenor esta doença, não fazia ideia das implicações que tem nem das complicações que provoca. Este livro dá-nos uma visão pormenorizada do que significa Osteogénese Imperfeita e do que é conviver com esta doença todos os dias.

Os capítulos são divididos pelas personagens, e escritos na segunda pessoa, já que se dirigem sempre à pequena Willow, como que a transmitir-lhe os seus pensamentos.

O livro começa calmamente, sem dar muito de si, e só depois de vários capítulos é que nos agarra até ao final. Achei a Amelia, irmã de Willow, uma personagem muito bem construída. Com os seus próprios problemas para lidar, com os seus próprios pensamentos e as suas próprias reflexões. Sobre a mãe, Charlotte, não sei o que dizer. Houve espaço para gostar dela e houve espaço para achar que era a pior pessoa do mundo. No geral, foi a personagem com quem menos simpatizei.

Houve uma história paralela envolvendo Marin, a advogada de Charlotte, que não achei que fosse necessária para a história principal, mas que também não correu mal.

O final é surpreendente, chocante e atinge-nos de uma maneira que não é possível explicar. Too many feelings!

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Título: A Noite em que te Vinguei

Autor: Luís Norton de Matos

Editora: Matéria-Prima Edições

1ª Edição: 2013

Nº de Páginas: 576

 

 

 

 

Sinopse: Após matar um dos homens mais poderosos do país, Miguel Marquez, antigo jogador de futebol e comentador desportivo, caminha pela noite, sozinho, com os seus fantasmas e sonhos perdidos. Pelas ruas de Lisboa, revive os dias que o conduziram ao limite: a teia de interesses em que se envolveu, as amizades desfeitas e um amor corrompido.

Já sem expectativas de futuro e vazio de sentimentos, Miguel assiste ao inesperado, algo que nunca imaginara ser possível.

Acompanhe Miguel Marquez numa viagem ao lado escuro do futebol e do jornalismo, em que a corrupção, o sexo, o amor e a vida pública se cruzam numa mistura explosiva.

 

"NÃO LEVEM AO LIMITE UM HOMEM QUE NADA TEM A PERDER"

 

Opinião: Luís Norton de Matos, antigo jogador de futebol e atual treinador do Benfica B, traz-nos este livro que fala do que lhe é mais conhecido: o mundo do futebol.

Com localização em Lisboa, este livro mostra-nos a face mais negra do futebol, trazendo-nos temas como o poder e a corrupção.

Ficando sempre no ar a dúvida se será baseado em factos reais ou apenas imaginado pelo autor, A Noite em que Te Vinguei traz-nos a história de Miguel Marquez, antigo jogador de futebol do União que acaba por se ver envolvido numa série de acontecimentos provocados e geridos pelo atual presidente do seu clube.

À medida que a história se vai desenrolando, Miguel cada vez mais se envolve em aspectos e ações dos quais nunca imaginou fazer parte, acabando por se ver numa tal situação de desespero que começa a conduzir um plano de vingança contra quem lhe fez perder tudo o que tinha.

A ele se juntam duas mulheres fundamentais nesta teia de desenvolvimentos que o ajudam a traçar o seu plano e a desvendar os mistérios e artimanhas do meio em que vive. Uma delas bastante determinada, com grande sentido de responsabilidade para com o trabalho que desenvolve, perseguindo sempre a justiça e defendendo sempre aquilo em que acredita. A outra, aparentemente mais frágil, acaba por ser a personagem que mais surpreende Miguel e que mais nos surpreende também a nós.

Um livro que vale a pena ler, com um misto de personagens enorme, onde os sentimentos se tornam vazios e onde cada um tenta a todo o custo lutar pelos seus interesses.

 

Podem encontrar este livro aqui.

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Sozinhos na Ilha - Tracey Garvis Graves

por Daniela, em 20.06.15

(Apenas contem revelações sobre o enredo que podem ser encontradas na sinopse)

 

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Título: Sozinhos na Ilha

Autora: Tracey Garvis Graves

Editora: Edições ASA

Edição/Reimpressão: 2013

Nº de Páginas: 352

 

 

 

 

"Uma ilha deserta plena de sol, vegetação luxuriante e mar cristalino é um cenário de sonho. Ou talvez não…"

 

Este é um livro que retrata a luta pela sobrevivência, o medo, o perigo e várias provações físicas e psicológicas de dois jovens desconhecidos, que acabaram sozinhos numa ilha deserta das Maldivas.

A base da história está completamente descrita na sinopse. Anna Emerson, uma professora de inglês, decide deixar a rotina de Chicago para dar aulas numa ilha tropical a um rapaz, T.J., que há pouquíssimo tempo travou uma luta com o cancro, perdendo assim grande parte do ano letivo.

Ao sobrevoar as ilhas das Maldivas, o pequeno avião onde seguiam despenha-se num mar de tubarões. Conseguem então chegar a uma ilha deserta e festejam, com a certeza de que serão encontrados muito em breve. 

À medida que o tempo passa, os dois vão-se descobrindo e explorando a ilha. Passam dias, semanas, meses, e a esperança de serem encontrados é cada vez menor.

Obrigados a caçar para comer, a construir abrigo e ainda a lutar com tubarões, os dois jovens enfrentam várias provações físicas e emocionais a que têm de resistir apenas para sobreviver.

Este foi um livro que me conquistou logo nas primeiras páginas. Decidi arriscar comprar e lê-lo assim que vi a sinopse e ainda bem que o fiz. Lê-se muito bem e é daqueles livros que não se consegue largar.

Uma das coisas que também gostei imenso no livro foi o facto de os capítulos serem narrados intercaladamente pelas duas personagens principais. Ou seja, um capítuo da Anna, outro do T.J., e sempre assim até ao final do livro. Isto foi muito bom para perceber bem os sentimentos de cada um e para conhecermos os seus sentimentos individualmente.

Este é um livro que desperta mais emoções do que posso contar e que nos deixa sempre com a mesma questão na cabeça:

Conseguirão um dia sair daquela ilha, voltar à vida que tinham, aos familiares de quem sentem saudades e à cidade que sempre conheceram?

 

Recomendo!

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Prometo Falhar - Pedro Chagas Freitas

por Daniela, em 07.05.15

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Título: Prometo Falhar

Autora: Pedro Chagas Freitas

Editora: Marcador Editora

Edição/Reimpressão: 2014

Nº de Páginas: 392

 

 

 

 

 

"O amor acontece quando desistimos
de ser perfeitos"

 

"Prometo Falhar" é um livro de amor. O amor dos amantes, o amor dos amigos, o amor da mãe pelo filho, do filho pela mãe, pelo pai, o amor que abala, que toca, que arrebata, que emociona, que descobre e encobre, que fere e cura, que prende e liberta.O amor. No seu estilo intimista, quase que sussurrado ao ouvido, Pedro Chagas Freitas leva o leitor aos estratos mais profundos do que sente. E promete não deixar pedra sobre pedra. Mergulhe de cabeça numa obra que mostra sem margem para equívocos porque é que é possível sair ileso de tudo. Menos do amor."

 

Quis comprar este livro. Quis lê-lo. Adorei a sinopse, li algumas passagens e quis ler mais e mais.

E comprei. E assim que comecei a ler o livro, fiquei desiludida. Não é o que esperava. Isto porque esperava uma história arrebatadora e cheia de detalhes e não é o caso.

Prometo Falhar é um livro de crónicas que gostei, mas não devorei. Simplesmente porque é um livro de grandes "mini-histórias" para ir lendo e intercalando com outras grandes histórias.

Lemos passagens que nos tocam, textos que ficamos a adorar e frases que queremos partilhar com o mundo.

Demorei imenso tempo a ler este livro, pois houve alturas em que cada nova crónica parecia mais do mesmo. Por outro lado, algumas das passagens são realmente bonitas e fazem-nos pensar.

Gosto da escrita do autor, o que não gostei foi do género do livro. Tenho curiosidade em ler outro livro dele, o "in sexus veritas".

 

Deixo aqui um dos meus textos preferidos:

 

"A morte está atrás do teu beijo,


e não me interessa nada que não me possa matar.

 

Não quero trajetos sem calhaus, pessoas sem problemas, muito menos glórias sem lágrimas. Não quero o tédio de só continuar, a obrigação de suportar, andar na rotina só por andar. Não quero o vai-se andando, o é a vida, o tem de ser, nada que não me ponha a gemer. Não quero o prato sempre saudável, a saladinha impoluta, a cama casta, o sexo virgem. Não quero o sol o dia todo, a recta sem a mínima curva, não quero o preto liso nem o branco imaculado, não quero o poema perfeito nem a ortografia ilesa. Não quero aprender apenas com o professor, a palmadinha nas costas, o vá lá que isso passa, a microssatisfação, a minúscula euforia. Não quero os lábios sem língua, a língua sem prazer, fugir do que me mete medo, e até acomodar-me ao que me faz doer. Quero o que não cabe no regular, o que não se entende nos manuais, o que não acontece nos guiões. Quero a ruga esquisita, a mão descuidada, a estrada arriscada, a chuva, o vento, as unhas cravadas, o animal do instante. Quero ainda tentar o que ninguém fez, olhar para o imperdoável, gastar como um louco as possibilidades. Quero sobretudo o que me assusta, o abismo em segredo, o interior das tuas pernas, a maneira como o suor te escorre no centro do peito, e a forma impossível como te exprimes quando te vens.

 

Disseram-me que o teu beijo matava e eu não liguei,


há lá alguma maneira de sair com vida de ti?"

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