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Ao contrário da maioria dos livros, o grande Gatsby não é narrado pela personagem principal, mas sim por Nick Carraway, vizinho e amigo de Jay Gatsby, que vai descobrindo e desvendando o mundo do protagonista. No geral, este livro retrata a sociedade dos loucos anos 20, a sociedade pós 1ª Guerra Mundial, cheia de festas e rodeada de riquezas e futilidades para tentar esquecer o vazio que se formou. A maioria das personagens são mesquinhas, adúlteras e fúteis, apenas importam as festas e o dinheiro, casamentos por interesse é o mais procurado e o amor é sempre deixado de lado.
Jay Gatsby é um milionário misterioso que dá as mais extravagantes festas na sua enorme mansão, onde aparecem todos os tipos de pessoas. Apesar do seu dinheiro e de estar sempre rodeado de pessoas, Gatsby é muito solitário e fica constantemente à espera de realizar o seu maior sonho - reencontrar e reconquistar a sua antiga namorada Daisy.
Daisy por sua vez não merece nada do que Gatsby faz por ela, tão mesquinha e fútil que é. Tom, o marido, representa o racismo e o adultério, o poder que a riqueza tinha na época.
A mensagem do livro é marcante e mostra-nos que nem todo o dinheiro do mundo é capaz de trazer consigo a felicidade e a concretização dos nossos sonhos mais escondidos. A solidão de Gatsby é um dos pontos mais fortes deste livro, o facto de estar sempre rodeado de pessoas nas extravagantes festas na sua mansão não lhe trouxe nenhum dos verdadeiros companheiros que todos precisamos.
Personagens preferidas: Nick Carraway, Jay Gatsby
Pontuação: 4*
Li este livro para o Clube dos Clássicos Vivos, em Abril. Apesar de ser um livro que muitas opiniões divide, foi para mim uma experiência maravilhosa. É uma viagem espantosa aos recantos da mente humana, cada personagem é caracterizada de uma forma deliciosamente detestável. Não é um romance como os que normalmente se veêm, em que tudo corre bem e acaba bem. É uma história que junta o amor, a vida e personalidades que existem na realidade. Personalidades e comportamentos humanos, espantosamente bem construídas e fiéis a si mesmas, personagens odiáveis pelo simples facto de representarem características reais que se veêm a cada esquina.
Temos Catherine e Heathcliff, dois personagens mesquinhos e egoístas. Heathcliff representa em simultâneo o amor e o ódio, é rancoroso e completamente dominado pelas suas emoções, paixões e sentimentos, o mais instintivo dos personagens. Catherine é simplesmente egoísta, pensa muito na felicidade própria e no interesse próprio, sem se preocupar com aqueles que a rodeiam.
No extremo oposto temos Edgar Linton, o que mais se aproxima daquilo que vemos como o homem comum, o politicamente correto.
Hareton é filho de Hindley (irmão de Catherine e inimigo de Heathcliff) e é completamente o contrário de todas as outras personagens. Ao contrário de todos os outros não é vil nem mesquinho, é humilde e não é tão orgulhoso ao ponto de guardar rancores.
O livro em si fala de vingança, a vingança de Heathcliff para com aqueles que o desprezaram e destruíram. A história é contada por Ellen Dean, a governanta do Monte dos Vendavais, vinte anos depois dos acontecimentos terem lugar, abarcando em simultâneo as duas gerações da história.
Emily Brontë, na sua espantosa escrita, conseguiu explorar o lado mais negro da natureza humana, e representar as maiores angústias, medos e falhas do ser humano. É um livro que nos mostra que todas as nossas ações têm consequências, quer na nossa própria vida, quer na vida dos nossos filhos ou ainda na vida de terceiros. Heathcliff e Catherine são detestáveis, mas é tão espetacular terem sido os escolhidos para as personagens principais!
Pontuação: 5*
Bem, sim, eu só me apercebi hoje!
«35 Clássicos para Comemorar a Fundação da RA
Ao longo de 2016, a Relógio D’Água vai editar uma coleção de 35 Clássicos para Leitores de Hoje, a preços muito acessíveis, comemorando os anos decorridos desde a sua fundação em 1982.
Os primeiros títulos são «O Monte dos Vendavais» de Emily Brontë (nova tradução de Paulo Faria e prefácio de Hélia Correia), «Sensibilidade e Bom Senso» de Jane Austen (tradução de Paulo Faria), «O Grande Gatsby» de F. Scott Fitzgerald (com tradução de Ana Luísa Faria e prefácio de Anthony Burgess) e «Emma» de Jane Austen (tradução de Jorge Vaz de Carvalho).
Seguem-se, ao ritmo de três títulos por mês, autores como Marcel Proust, Kafka, Tolstoi, Dostoievski, Turgueniev, Machado de Assis, Flaubert, Choderlos de Laclos, Shakespeare, Oscar Wilde, Jane Austen, Dickens, Montaigne, Gogol, Alain-Fournier, Voltaire, Mário de Sá-Carneiro, Stendhal, Tchékhov, Goethe, Virginia Woolf, Eça de Queirós, Joseph Conrad, Edith Wharton, Victor Hugo e Platão.
Parte das traduções desta coleção fazem já parte do catálogo da Relógio D’Água, outras são novas.
A coleção atingirá os cinquenta títulos em meados de 2017, sempre com preços entre 5 e 10 €.
A RA, que publicou já mais de uma centena e meia de clássicos, confirma deste modo a sua vocação de dar a ler autores a quem o tempo não retirou, antes reforçou, a atualidade.»
Em Fevereiro saiu O Monte dos Vendavais de Emily Brontë (10€) e este mês O Grande Gatsby de F. Scott-Fitzgerald (7.50€).
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