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Patrick Süskind é um escritor e roteirista de televisão alemão, hoje com 69 anos. Confesso que não conheço muito da obra dele, no entanto já publicou alguns livros, nomeadamente A História do Senhor Sommer.

 

O Perfume foi inicialmente publicado no jornal alemão Frankfurter Allgemeine Zeitung, um capítulo de cada vez, e teve tanto sucesso que no final desse ano, 1985, foi transformado num livro.

 

Como pano de fundo temos inicialmente a cidade de Paris do século XVIII, que nos traz a história de Jean Baptiste Grenouille, um jovem que nasceu atrás de uma banca de peixe, possuidor de duas características muito peculiares. Tem um olfato extremamente apurado que lhe permite, por exemplo, saber todos os constituíntes de um perfume ou distinguir algo ou alguém a quilómetros de distância. Orienta-se apenas pelos cheiros, sem precisar de qualquer tipo de luz. Além disso, ele próprio não possui qualquer cheiro ou odor, o que lhe permite facilmente passar despercebido entre pessoas e animais.

 

Além de Paris, visitamos ainda Auvergne, Montpellier e Grasse, tudo locais onde o nosso protagonista aprende mais qualquer coisa.

 

A leitura deste livro não foi bem aquilo que estava à espera. Li um romance, quando estava à espera de uma história com mais suspense e arrepios, com mais pormenores gráficos e descrições detalhadas. As partes onde supostamente existe mais ação foram passadas à frente, agrupadas em poucos parágrafos. É apenas a história dele, o que sente, o que quer ou o que cheira. Não quero com isto dizer que o livro seja mau, apenas que não era o que esperava.

 

O final surpreendeu-me, não estava à espera que acontecesse desta forma. Os crimes e a hipocrisia da Paris daquela altura ressaltam à vista num final que não vi de todo a chegar.

 

 

Apesar de Süskind não ser fã de adaptações, este livro foi transformado em filme por Tom Tykwer, em 2006. Com 7,5 pontos no IMDb, a adaptação está bastante fiel ao livro, apesar de existirem algumas diferenças.

 

Alan Rickman aparece num papel importante. O ator principal, a representar Grenouille, é Ben Whishaw. No geral, foi um trabalho bem feito, embora também tenha encontrado algumas partes que achei mais arrastadas.

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Mataram a Cotovia | Harper Lee

por Daniela, em 05.06.18

 

"Coragem é sabermos que estamos vencidos à partida, mas recomeçar na mesma e avançar incondicionalmente até ao fim. Raramente se ganha, mas às vezes conseguimos."

 

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Harper Lee nasceu no Alabama em 1926. Leitora precoce, foi vizinha e amiga de Truman Capote. Completou a obra Mataram a Cotovia no verão de 1959, tendo esta sido publicada em Julho de 1960. Teve muito sucesso na altura e ganhou a aclamação do público, tendo ainda ganho o prémio Pulitzer de ficção em 1961.

 

Comprei este livro na Feira do Livro de Lisboa, em 2016, e inseri-o agora em Abril no Livros no Ecrã. Tem como pano de fundo Maycomb, uma pequena cidade fictícia situada no Alabama, e passa-se nos anos 30.

 

A história é narrada do ponto de vista de uma menina de seis anos, Jean Louise Finch, a quem todos chama Scout. Ao longo da narrativa vai-nos dando a sua visão do mundo onde vive e das pessoas que se cruzam no seu caminho, comentando com inocência todos os seus passos.

 

E haverá alguma forma melhor de conhecer uma sociedade se não pelos olhos de uma criança?

 

Atticus Finch, pai de Scout e do seu irmão Jem, educou-os da forma liberal que conseguiu. Advogado, honesto, sem medos e defensor dos oprimidos, vai dando mostras aos filhos do herói moral que é.

 

A sua decisão de defender um homem negro acusado de violar uma mulher branca acaba por alterar as visões e perceções que os pequenos têm, acabando por marcar o início do fim da sua inocência.

 

Sem desvendar mais nada, acrescento apenas que este livro e estas personagens nos mostram o lado mais sombrio da humanidade, pontuado pelo racismo, pela discriminação e pelo apartar a apontar o dedo a outra pessoa só porque é diferente.

 

"E a única coisa que se sobrepõe à regra da maioria é a consciência." 

 

A escrita é simples, cheia de vivacidade e humor em situações mais sérias. Li que a autora escreveu este livro com base nas suas próprias experiências e acontecimentos enquanto criança.

 

 

Vi o filme, muito velhinho, de 1962. Com roteiro adaptado por Harton Foote e dirigido por Robert Mulligan. As personagens estão muito bem construídas, o filme não me desiludiu. É bastante fiel ao livro, quer nas personagens quer na história em si. 

 

Foi premiado com três óscares, o que por si só já lhe dá grande valor. Argumento adaptado, Direção artística e Melhor Ator, este último concedido a Gregory Peck pela sua maravilhosa interpretação do querido Atticus.

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Frankenstein | Mary Shelley

por Daniela, em 25.04.18

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"Porque se vangloriará o Homem de possuir uma sensabilidade superior à aparentada pelos irracionais?"

 

Inseri este livro numa série de projetos. Foi o escolhido para o Clube dos Clássicos Vivos, para ler em Março e Abril. Comecei a lê-lo em Março, no âmbito do Março Feminino. Faz parte da lista do projeto 101 Livros de Fantasia e Ficção Científica. Por fim, em Abril, inseri-o no meu projeto Livros no Ecrã.

 

Foi publicado em 1818, pela escritora, dramaturga, biógrafa e ensaísta Mary Shelley, e completa agora duzentos anos. Nascida em Londres em 1797, Mary Shelley ficou conhecida exatamente por este seu romance, Frankenstein ou O Moderno Prometeu. Filha de um filósofo e de uma das fundadoras do feminismo, Shelley acabou por falecer aos 53 anos, em 1851, do que se suspeita ter sido um tumor cerebral.

 

Considerada a primeira obra de ficção científica da história, Frankenstein foi inicialmente criado como um conto, depois de várias horas de conversa à lareira, onde quatro amigos combinaram escrever um conto fantástico cada um. Mary Shelley foi a única que concluiu o seu conto, tendo este sido posteriormente tornado num romance.

 

Contrariamente ao que é normalmente assumido, o mostro que encontramos neste livro não lhe dá o título, aliás a este em sequer lhe é dado qualquer nome.

 

Este livro relata a história de Victor Frankenstein, um jovem curioso com um desejo ansioso de aprender, estudante de filosofia natural. Frankenstein sonha alto e deseja conseguir criar aquilo que ainda ninguém teve coragem de criar.

 

Gostei bastante deste livro, apesar de ter adiado a sua leitura com medo que se tornasse aborrecido. Começa por ser contada uma história através de uma série de cartas, mas nunca o considerei chato, queria sempre continuar a ler mais.

 

É um romance atual, que nos mostra que até a ciência tem certos limites que não devem ser ultrapassados. Estes limites do conhecimento, a necessidade que o Homem tem de se libertar das correntes da ignorância, os testes e experiências que nem sempre correm bem, a solidão e as formas de lidar com o fracasso são os principais temas que Shelley abordou na sua obra.

 

"Acredita-me Frankenstein, eu era bom, a minha alma transbordava amor e humanidade. Mas não estou só, desgraçadamente só?"

 

 

Sobre a adaptação

 

Vi o filme de 1994, li em vários sítios que é o mais fiel ao livro. Dirigido por Kenneth Branagh e estrelado pelo próprio Branagh, juntamente com atores como Helen Bonham Carter e Robert de Niro nos papéis principais.

 

Apesar de considerado o mais fiel ao livro, as diferenças ainda são algumas e enormes. No entanto, a alma do livro está lá, o filme capta muito bem a sua essência.

 

O início é bastante aborrecido e demora até chegar "ao que interessa". Minutos a mais desperdiçados no que nem conta assim tanto para a história e poderia ter passado mais depressa. Dá a sensação de ser muito pouco real para que possa ser levado a sério.

 

É o filme de um homem ambicioso que tinha uma grande obsessão. O processo de criação do monstro é muito mais explorado no filme, no livro não temos grande informação quanto a este aspeto.

 

As cenas que gostei mais foram aquelas onde entrava o monstro, Robert de Niro fez um bom trabalho.

 

Apesar de ser um filme de horror, não o vejam a pensar em sustos e momentos de grande suspense. Tem os seus elementos de horror, mas é muito mais dramático que outra coisa.

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TBR | Livros no Ecrã | Abril Contos Mil

por Daniela, em 03.04.18

Este mês para além de realizar o meu projeto Livros no Ecrã, vou ainda participar no projeto da Mafalda, Abril Contos Mil. Em princípio as minhas leituras para ambos os projetos serão estas.

 

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Vou começar por terminar Frankenstein, de Mary Shelley, que iniciei em Março. Penso que existe filme, portanto vou incluí-lo também no meu projeto.

 

Ainda para o Livros no Ecrã, espero conseguir ler mais três livros. Já estão todos na minha estante há pelo menos um ano.

 

Mataram a Cotovia, de Harper Lee. Comprei-o na feira do livro em 2016, já está na altura de lhe pegar. O filme já é muito velhinho, 1962, mas tem boa pontuação e espero gostar.

 

O Perfume, de Patrick Süskind. Também está na minha estante há alguns anos. Sei mais ou menos do que fala, mas vou ler o livro e ver o filme para perceber melhor. O filme é de 2006.

 

Por fim, acrescentei à lista também O Retrato de Dorian Gray. Este tem já várias adaptações e várias delas com classificações muito baixas. Pelo que vi a de 1945 será a melhor, apesar de ser bem velhinha. Já viram alguma? Entretanto, vi no IMDb que iria estrear uma nova adaptação em Março, mas não dei por nada...

 

Para o projeto da Mafalda, juntei à minha TBR o livro Contos de São Petersburgo, de Nikolai Gógol. Estava na minha wishlist já há algum tempo e acabei por comprá-lo agora em Março.

 

Por fim, espero ainda conseguir ler mais alguns dos Contos dos Irmãos Grimm, que este livro anda a ficar cada vez mais esquecido.

 

E vocês, o que pensam ler este mês?

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Livros no Ecrã | 2ª Edição

por Daniela, em 20.03.18

Este é um projeto que criei no ano passado e que, depois de muito pensar, decidi voltar a promover.

 

Ocorre durante o mês de Abril, altura em que o blog comemora mais um ano de existência, e consiste em ler livros que já foram adaptados ao ecrã e falar sobre ambos.

 

Podem participar apenas com um livro/adaptação ou com vários. Podem ser recentes ou mais antigos. Podem ser adaptados para filmes ou séries. Simples, não é?

 

Convido-vos a todos a participar comigo. Leiam livros, vejam adaptações. Partilhem as vossas opiniões. No blog ou nas redes sociais. No canal. Onde quiserem. Utilizem a hashtag #livrosnoecra para que eu vos consiga encontrar.

 

Comemorem mais um anoversário do blog comigo. Adicionem um livrinho para este projeto na vossa TBR de Abril. Bora?

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Livros no Ecrã | Um resumo

por Daniela, em 10.05.17

Para Livros no Ecrã, que decorreu no passado mês, foram lidos cerca de 10 livros e vistas 10 adaptações.

Além de mim, participaram também a Tânia, do blog Baú da Tanocas e a Sandra, do blog Vício dos Livros.

Eu adorei fazer este projeto e haverá com certeza uma segunda edição.

 

Deixo aqui os textos publicados ao longo do projeto:

 

Livros no Ecrã 

Livros no Ecrã | As hipóteses da estante 

Abril com Livros no Ecrã 

Livros no Ecrã | O início 

Projecto de Abril... #livrosnoecra   

Livros no Ecrã | Os Primeiros Dias

Livros no Ecrã | A Revolta, de Suzanne Collins 

Livros no Ecrã | A Rapariga que Roubava Livros, de Markus Zusak 

"Homens, Mulheres & Filhos" de Chad Kultgen - Opinião 

"A Bela e o Monstro" de Jeanne-Marie Leprince de Beaumont - Opinião 

Livros no Ecrã | O Diário da Nossa Paixão, de Nicholas Sparks 

"Por Treze Razões" de Jay Asher - Opinião 

"Persépolis" de Marjane Satrapi - Opinião 

O Carteiro de Pablo Neruda: Livro vs Filme 

Livros no Ecrã | Orlando, de Virginia Woolf 

Livros no Ecrã | Veronika Decide Morrer, de Paulo Coelho 

 

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Sobre o livro...

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Este livro faz parte da lista 1001 Livros para ler antes de morrer. É o terceiro livro que li do autor e, até agora, o melhor.

Aos 24 anos, Veronika decidiu que já tinha vivido tudo o que lhe fora permitido viver e tentou o suicídio por ingestão de uma grande quantidade de comprimidos para dormir. Ao ser encontrada ainda com vida, Veronika não consegue cumprir o seu objetivo e acaba internada em Villete, um asilo novo do qual é sabido que quem para lá entra não volta a sair.

Vários temas são abordados além do suicídio, como a depressão, a esquizofrenia e a síndrome do pânico, cada um deles associado a uma história e a uma personagem. São ainda abordados tratamentos pouco convencionais utilizados há muito tempo atrás, como é o caso do Choque de Insulina e a Terapia de Choque.

Há passagens depressivas e excertos muito filosóficos, pelo que compreendo quem não gostou do livro por causa desses aspetos. Paulo Coelho tenta transmitir-nos as suas ideias sobre a mente humana e sobre a loucura, a influência das nossas escolhas e o quão importante são as aparências no mundo atual.

A leitura foi viciante, dei por mim a querer saber sempre mais e a ansiar para saber o final. Este foi um pouco diferente do que esperava, e a mensagem do final mais filosófica.

Deixo um excerto que acredito ser uma das mensagens que o autor quis transmitir.

Porque quando todos sonham e só alguns poucos realizam, o mundo inteiro sente-se cobarde.

 

...e a adaptação

 Podem ver o trailer aqui. Por alguma razão, não está a dar para colocar vídeos...

O filme também é bom, embora faltem pedaços do livro.

As personagens foram bem criadas e quase todas como tinha imaginado com a exceção da Zedka, uma das pacientes do asilo, que sofre de depressão mas que imaginei mais velha e mais sã, quase em fim de tratamento.

Gostei bastante do Eduard, embora a história dele tenha certas diferenças em relação ao livro. Veronika tem também um grande crescimento ao longo da história, tanto no filme como no livro, e foi bem interpretada. O Dr. Blake, interpretado por David Thewlis também me surpreendeu.

É um bom filme e a carga filosófica continua também aqui.

 

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Sobre o livro...

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Para mim não foi uma boa experiência de leitura. Talvez não tenha sido a melhor altura para ler este livro e sei com certeza que não entendi tudo o que a autora quis transmitir.

Achei o texto aborrecido e foi muito difícil ir avançando com a leitura. No entanto, adorei as passagens sobre os livros e também os vários excertos que comparam homens e mulheres. 

Tirando isto, infelizmente não é um livro para mim. Foi o primeiro que li da Virginia Woolf, talvez ainda tente ler outro mas em princípio não será brevemente.

 

...e a adaptação 

 

 

Esta adaptação conseguiu ser a pior que já vi. Previ logo pelo trailer que não ia ser nada de especial. Apesar de não ter gostado do livro, sei perfeitamente que poderia ter sido feito algo muito melhor. Não consegui ver o filme todo, fui passando à frente e vou apenas falar do que vi.

Não gostei das representações nem dos atores. Os diálogos foram na sua maioria muito forçados, com exceção talvez da Sasha que mesmo assim não me cativou.

Também não gostei do roteiro. O facto de as personagens começarem a falar diretamente para a câmara por cima do narrador tornou o filme um tanto ou quanto assustador.

Enfim, não sei que mais posso dizer, foram duas más experiências que não posso recomendar.

 

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Sobre o livro...

 

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Mais um para o projeto Livros no Ecrã, desta vez de Nicholas Sparks. É o primeiro livro que leio do autor e entrei nesta história sem grandes espectativas, e a verdade é que não me surpreendeu por aí além. Sim, tem passagens fofinhas e é romântico e essas coisas todas. No entanto, talvez seja muito cliché. Não sabia nada da história, mas soube quase sempre o que ia acontecer a seguir, o que estraga sempre um bocadinho as coisas não é? 

O tema principal é a doença que magoa tanta gente por aí: o Alzéimer. Quando visitamos alguém que conhecemos desde pequenos e que sofre desta doença, o olhar de confusão e a pergunta nem sempre formulada que os olhos da pessoa transmitem é o pior. 

Bem, gostei das personagens principais. Allie é uma mulher forte que mesmo contra as probabilidades consegue fazer as coisas de maneira calma e acertada. Noah é o homem do charme, tão protetor e meigo, que cuida da sua menina até ao fim.

Houve passagens da história que poderiam ter sido mais aperfeiçoadas, era interessante saber mais sobre o passado de algumas das personagens e haver mais pormenores em relação ao que vai acontecendo. Lon, por exemplo, é muito pouco explorado, não sabemos nada sobre ele e acabamos o livro sem saber nada.

A escrita também não me agarrou, estava à espera de uma escrita mais rica, mais perfeita e, no entanto, deparei-me muitas vezes com frases que pareciam ter sido escritas para um YA por exemplo.

E depois a mensagem que traz, que o amor cura tudo, supera qualquer espetativa e consegue derrotar qualquer barreira.

 

 

...e a adaptação

 

 

 

 

 

É verdade, foi um dos raros casos em que gostei mais do filme do que do livro.

Alguns dos detalhes que faltavam no livro foram preenchidos, algumas personagens mais exploradas. A linha principal da história foi a mesma, no entanto houve várias alterações.

As personagens não são muito diferentes do que tinha imaginado, com a excepção de Noah, que é completamente diferente.

O filme prendeu-me muito mais do que o livro e até chorei. É bom quando isto acontece!

 

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O Jogador, de Fiódor Dostoiévski

por Daniela, em 27.04.17

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Era o objetivo este livro contar para o Projeto Livros no Ecrã, no entanto e com muita pena minha não consigo encontrar o filme em lado nenhum!

Li que este livro foi escrito por Dostoiévski de forma rápida para conseguir o dinheiro de que necessitava para pagar as suas próprias dívidas do jogo e é, de facto, um livro em que são narrados episódios da sua própria vida que nos mostram de forma crua o ciclo vicioso que esta via traz.

Nunca tinha lido nada do autor, pelo que entrei na leitura sem quaisquer termos de comparação. Muitos consideram este livro muito inferior às suas restantes obras, facto sobre o qual não poderei opinar.

Este livro traz até nós as aflições e a adrenalina da vida de um jogador, o vício e o apostar sempre mais, porque desta vez é que vai ser.

A história é-nos contada da perspetiva de Aleksei Ivánovitch, um jovem perceptor para a família do general, que se diverte com tudo o que se passa em torno desta família, tornando a narrativa muito descontraída. Através dele, o autor narra uma crítica intensa contra aquela gente e todos os seus modos, somos aliás várias vezes levados a entrar na mente de quem mergulha sem consciência na mesa de jogo, não se preocupando com o seu próprio destino ou com o dos seus. 

As personagens são diversas e todas ligadas, de uma maneira ou de outra, ao dinheiro. Temos um General que espera ansioso pela morte da sua avó para que possa ficar com a sua herança. Temos uma mulher que se junta aos homens mais endinheirados, para que todos os seus luxos sejam satisfeitos. Temos um inglês rico, que acaba por usar as pessoas a seu proveito.

Também nos é mostrado outra formas de jogo, com personagens secundárias que jogam por probabilidades, apontando todas as jogadas, apostando sempre em números ou cores que não saem há muito tempo e nunca apostando no que acabou de sair.

Um bom livro, em que a crítica social muito implícita se torna deveras interessante.

 

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