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Título: Prometo Falhar
Autora: Pedro Chagas Freitas
Editora: Marcador Editora
Edição/Reimpressão: 2014
Nº de Páginas: 392
"O amor acontece quando desistimos
de ser perfeitos"
"Prometo Falhar" é um livro de amor. O amor dos amantes, o amor dos amigos, o amor da mãe pelo filho, do filho pela mãe, pelo pai, o amor que abala, que toca, que arrebata, que emociona, que descobre e encobre, que fere e cura, que prende e liberta.O amor. No seu estilo intimista, quase que sussurrado ao ouvido, Pedro Chagas Freitas leva o leitor aos estratos mais profundos do que sente. E promete não deixar pedra sobre pedra. Mergulhe de cabeça numa obra que mostra sem margem para equívocos porque é que é possível sair ileso de tudo. Menos do amor."
Quis comprar este livro. Quis lê-lo. Adorei a sinopse, li algumas passagens e quis ler mais e mais.
E comprei. E assim que comecei a ler o livro, fiquei desiludida. Não é o que esperava. Isto porque esperava uma história arrebatadora e cheia de detalhes e não é o caso.
Prometo Falhar é um livro de crónicas que gostei, mas não devorei. Simplesmente porque é um livro de grandes "mini-histórias" para ir lendo e intercalando com outras grandes histórias.
Lemos passagens que nos tocam, textos que ficamos a adorar e frases que queremos partilhar com o mundo.
Demorei imenso tempo a ler este livro, pois houve alturas em que cada nova crónica parecia mais do mesmo. Por outro lado, algumas das passagens são realmente bonitas e fazem-nos pensar.
Gosto da escrita do autor, o que não gostei foi do género do livro. Tenho curiosidade em ler outro livro dele, o "in sexus veritas".
Deixo aqui um dos meus textos preferidos:
"A morte está atrás do teu beijo,
e não me interessa nada que não me possa matar.
Não quero trajetos sem calhaus, pessoas sem problemas, muito menos glórias sem lágrimas. Não quero o tédio de só continuar, a obrigação de suportar, andar na rotina só por andar. Não quero o vai-se andando, o é a vida, o tem de ser, nada que não me ponha a gemer. Não quero o prato sempre saudável, a saladinha impoluta, a cama casta, o sexo virgem. Não quero o sol o dia todo, a recta sem a mínima curva, não quero o preto liso nem o branco imaculado, não quero o poema perfeito nem a ortografia ilesa. Não quero aprender apenas com o professor, a palmadinha nas costas, o vá lá que isso passa, a microssatisfação, a minúscula euforia. Não quero os lábios sem língua, a língua sem prazer, fugir do que me mete medo, e até acomodar-me ao que me faz doer. Quero o que não cabe no regular, o que não se entende nos manuais, o que não acontece nos guiões. Quero a ruga esquisita, a mão descuidada, a estrada arriscada, a chuva, o vento, as unhas cravadas, o animal do instante. Quero ainda tentar o que ninguém fez, olhar para o imperdoável, gastar como um louco as possibilidades. Quero sobretudo o que me assusta, o abismo em segredo, o interior das tuas pernas, a maneira como o suor te escorre no centro do peito, e a forma impossível como te exprimes quando te vens.
Disseram-me que o teu beijo matava e eu não liguei,
há lá alguma maneira de sair com vida de ti?"
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