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Retrospectiva Literária 2016

por Daniela, em 31.12.16

Chegou a altura de fazer o resumo literário do meu ano de 2016 e então cá vai.

Li 26 livros.

11 mulheres e 11 homens.

Superei a minha meta no goodreads de 20 livros com:

  • 5 clássicos
  • 4 romances
  • 4 romances históricos
  • 2 livros de contos
  • 7 policiais/suspense/thriller
  • 1 não ficção
  • 2 literatura fantástica
  • 1 teatro

Comprei 27 livros, alguns novos e alguns em segunda mão. Ou seja, comprei mais livros do que aqueles que li, tenho de pensar no que vou fazer quando a isto em 2017.

Recebi 6 livros.

Conheci 14 novos autores:

  • 2 americanos
  • 1 britânica
  • 1 italiana
  • 1 chilena
  • 4 portugueses
  • 1 dupla de suecos
  • 1 dupla de americanos
  • 1 dupla de australianos
  • 1 dupla de britânicos
  • 1 russo

Reencontrei 4 escritores.

O livro que demorei mais tempo a terminar foi A Vidente e o livro que li mais depressa foi Harry Potter e a Criança Amaldiçoada.

Os que mais gostei foram O Monte dos Vendavais e Ensaio Sobre a Cegueira. Os que menos gostei foram Histórias com 100 Palavras e Prometo Amar-te.

As escritoras que mais gostei de conhecer foram Isabel Allende e Elena Ferrante.

Descobri o meu género literário preferido: os romances históricos.

Vi 5 adaptações cinematográficas de livros que já li.

Conheci na Feira do Livro de Lisboa a autora Dorothy Koomsom e trouxe para casa um livro autografado.

Participei em vários projetos, alguns mais fielmente que outros, que quero continuar a partilhar em 2017:

Foi um bom ano e espero que 2017 corra ainda melhor. E vocês, como foi o vosso ano?

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Filha da Fortuna, de Isabel Allende

por Daniela, em 27.12.16

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Pontuação: 4 estrelas

 

Começo por dizer que esta foi uma das melhores autoras que conheci este ano, quero ler mais livros dela!

O Filha da Fortuna conta a história de Eliza, uma menina abandonada à porta da família Sommers, que a acolheu como se fosse da família. No entanto, Isabel Allende traz-nos uma muito maior quantidade de personagens, cada uma mais forte que a anterior, sempre muito bem construídas, a partilhar e vivenciar com Eliza as suas experiências de vida.

Passa-se entre o Chile e a Califórnia, principalmente durante os anos 1848 e 1849, quando se deu a febre do ouro e a Califórnia se tornou num dos estados mais habitados dos EUA.

Devido a um romance mal terminado, Eliza passa por várias aventuras e vários desgostos e provações, que a levam a conhecer Tao Chi'en.

Tao é um chinês que pratica a medicina oriental e que, vendido para a escravatura com apenas 10 anos, teve a sorte de ser revendido a um médico para se tornar no seu aprendiz. É dos melhores personagens do livro, acabando por gastar o pouco dinheiro que consegue juntar a ajudar as pequenas sing song girls, meninas chinesas traficadas e leiloadas para prostituição infantil.

É um livro que retrata muito bem a época da febre do ouro na Califórnia, em que a violência e o racismo eram recorrentes. Mostra como os nativos foram expulsos da sua própria terra e como as pessoas de nacionalidade chinesa ou mexicana eram desprezadas e muitas vezes linchadas sem qualquer motivo aparente.

Mostra também que os mais espertos estabeleceram negócio naquele país onde cada coisa valia uma fortuna, em vez de perderem tempo nas minas, enriquecendo tanto ou mais como os que o faziam, e retrata ainda a aparição dos barcos a vapor, aqui utilizados para levar mercadorias até à Califórnia muito mais rapidamente.

O papel das mulheres da altura também é bastante descrito, na Califórnia havia apenas as prostitutas e é desenvolvido o como é viver numa terra de homens, as diferenças entre as várias raças, destacando-se a submissão imediatamente atribuída às mulheres e esposas chinesas, compradas por catálogo.

O final quase nos obriga e ler o próximo livro, Retrato a Sépia, em busca de mais informação, se bem que se pode ler apenas o segundo sem necessidade do primeiro para perceber a história.

 

Personagem preferida: Tao Chi'en

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Pontuação: 4*

 

Este livro trouxe-me um pequeno regresso ao mundo de Harry Potter. As personagens são diferentes e o livro conta histórias passadas muitos anos antes da saga, mas a magia está lá.

Este é um livro escrito por Newt Scamander que todos os feiticeiros têm em sua casa e que utilizam para os ajudar a lidar com qualquer tipo de monstro. Este livro é então um dicionário de monstros onde aparecem as suas características, os sítios onde se pode encontrar cada um e onde são classificados numa escala de um a cinco segundo o seu nível de perigosidade. Explica-nos ainda o que é um monstro, como foi decidido se cada ser seria ou não classificado como tal e mostra-nos algumas histórias relacionadas com os conhecimentos dos Muggles sobre eles.

As receitas dos exemplares vendidos deste livro revertem a favor da organização Comic Relief, que luta contra a pobreza principalmete do Reino Unido e de Países Africanos.

 

 

ADAPTAÇÃO CINEMATOGRÁFICA

Pontuação: 5*

 

Como seria de esperar, este primeiro filme é apenas baseado neste livro - era difícil fazer um filme sobre um dicionário de montros. É, no entanto, dos raros casos em que gostei ainda mais do filme.

Newt Scamander, maravilhosamente representado no ecrã por Eddie Redmayne, está ainda a meio da sua pesquisa para realizar o seu livro e anda com uma mala cheia de monstros atrás.

Adorei cada minuto do filme, cada segundo de magia e cada instante de lembrança de um mundo com o qual cresci.

Revi no personagem Credence uma clara presença da J.K.Rowling, representando ele a falta de amor e as consequências que daí advêm. Outro dos valores mais prezados na saga de J.K. é a amizade, presente neste filme através das personagens Newt, Tina, Queenie e Jacob.

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No passado mês não adquiri novos livros. Li quatro dos que já tinha, todos de autores portugueses.

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O projeto Ler os Nossos, que consistia em ler livros de autores nacionais durante o mês de Novembro, terminou na passada quarta feira. Propus-me a ler três livros para este projeto, acabando por ler quatro, se bem que o último terminei-o já no feriado de dia 1 de Dezembro.

Ensaio Sobre a Cegueira foi o primeiro livro e adorei voltar a ler José Saramago, quero continuar a ler livros dele. Dei cinco estrelas.

A Filha do Papa foi o segundo livro que li para o projeto e o primeiro que li do autor. Embora não seja dos meus géneros literários preferidos gostei, dei quatro estrelas.

O Último Conjurado foi uma estreia tanto com a autora como com a coleção A História de Portugal em Romances. Este livro fez-me ver ainda mais como os romances históricos são dos meus preferidos. Dei quatro estrelas.

Céu em Fogo é um clássico pertencente à coleção da Relógio d'Água e reune oito novelas do escritor Mário de Sá-Carneiro. Também foi o meu primeiro livro do autor e senti-o quase como uma biografia. Dei três estrelas.

 

Este projeto trouxe-me boas experiências, boas leituras e a possibilidade de conhecer novos blogs e canais interessantes ligados à literatura. "Obrigou-me" a ler livros que se calhar não iria ler tão cedo e que estavam na minha estante à espera da sua vez. Que a Cláudia continue com estas ótimas ideias!

Descobri que adoro este tipo de projetos e de partilha pelo que, em 2017, tentarei arranjar ideias para projetos deste género aqui no blog. Espero que participem comigo*

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Céu em Fogo, de Mário de Sá-Carneiro

por Daniela, em 01.12.16

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Pontuação: 3* 

 

Esta é uma obra do escritor Mário de Sá Carneiro, composta por oito contos/novelas.

Não é um livro fácil de ler. A escrita difícil torna a leitura mais lenta, sendo necessária uma grande atenção. Os contos mais longos tornam-se difíceis de acompanhar, como é o caso do primeiro - A Grande Sombra - e do último - Ressurreição.

Os que gostei mais foram o segundo - Mistério - e o sétimo - O Fixador de Instantes.

No entanto, todos eles têm características muito semelhantes. Estados de demência, esquizofrenia ou loucura aparecem constantemente enquadrados. Os sentimentos de ódio do eu, morte e suícidio também são uma constante. A dor e o sentimento de não fazer falta, de ser dispensável aparecem em quase todos.

É difícil não pensar numa biografia, e talvez até seja uma. Ainda para mais se pensarmos que o autor se suicidou logo pelos 26 anos, deixando a vida toda por viver.

As florestas, via-as de algodão em rama, polícromas, com lantejoulas, como os brinquedos de Àrvore de Natal; seriam de água as montanhas; os rios de pedras preciosas, e, sobre eles, em arcos de luar, grandes montes de estrelas.

A Grande Sombra

 

Que desconforto! A sua alma era uma casa enorme, no inverno, com a mobília atravancada, forrada de sarapilheiras, e as janelas abertas por onde o vento se engolfava sibilante... e muito pó, sobretudo muito pó,em grandes rimas de livros e manuscritos.

Mistério

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